segunda-feira, 31 de maio de 2010
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
Sabia que "viver não dói.... O que dói é a vida que não se vive".
Definitivo, como tudo o que é simples nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável....um tempo feliz.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos.... Por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos....
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade Interrompida.... Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar...
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.
Emílio Moura
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Gostei muito deste texto e achei bastante pertinente - pelo menos pra mim.
ResponderExcluirMesmo quando não concretizamos determinados sonhos/anseios tão caros ao coração, de fato, é preciso nos apegarmos ao que foi bonito (apesar de aparentemente efêmero) e ao aprendizado angariado pela experiência vivida.
Não devemos valorar os acontecimentos na nossa vida, por aquilo que sob o nosso ponto de vista imediatista e mundano, "não deu certo".
Dói sim, pensar nas coisas que poderiam ter sido vividas e não foram, nas oportunidades disperdiçadas...
Mas algumas pessoas, indelevelmente marcantes, inesquecíveis, passam por nós, para involuntariamente (inconscientemente...) servirem de "instrumento" de mudança em nossa existência.
E isso, pra mim, basta, para alegrar-me, por ter tido a oportunidade de conhecer alguem assim, e amadurecido, em função do que foi vivenciado - mesmo que tenha havido muita dor neste processo.
Sou infinitamente grata ao Destino por isso!!!
(estou escrevdno demais num blog alheio hj rsrsrsrs)
Acertada a escolha do texto!
Abraços!
Lindo texto! Desenvolvimento perfeito. Porém dispensava a resposta simplista dada ao final, preferia que tivesse deixado o questionamento ao leitor...
ResponderExcluirNo mais um abraço!
Maris Stella