segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Que é Ser Livre?



Falar sobre a liberdade é uma das questões mais fascinantes da psicologia. Usamos muito essa palavra, mas temos dificuldade em conceituá-la. Todo o mundo afirma que quer ser livre, mas pouca gente sabe dizer o que quer fazer com a liberdade.

É comum pensar que se pode agir sem impor limites à nossa vontade. Não é meu ponto de vista. Aliás, não tenho muita simpatia pela idéia de que viver bem é não abrir mão de nenhum tipo de desejo. Essa abordagem me parece ingênua e não leva em conta o fato de que, em nossa vida interior, há outras peças tão importantes quanto as do desejo.

Por exemplo: uma pessoa me agride e eu tenho vontade de revidar com toda a força e posso até desejar matá-la. Mas tenho dentro de mim um conjunto de valores morais. Se eu transgredi-los, experimentarei uma dor íntima muito desagradável, que é a culpa. Os animais em geral não sentem outra coisa senão o desejo e o medo. O homem não: tem um cérebro sofisticado que "fabrica" conceitos e padrões de comportamento que as pessoas acham muito importante respeitar. Em muitos casos, as normas estão em oposição às nossas vontades. No exemplo citado, isso fica evidente. Pelos nossos valores éticos, não temos o direito de matar outro ser humano.

Como agir? Respeitamos a vontade ou os padrões? Acredito firmemente que devemos nos ater aos padrões. Devemos seguir nossos pontos de vista e nossas convicções. Agir sempre em concordância com a vontade é franca imaturidade, é não saber suportar frustrações e contrariedades. Evidentemente que estou me referindo às situações em que a razão está em oposição à vontade. No caso de ela não provocar nenhuma reação negativa, é lógico que devemos tentar realizá-la.

Não se trata, portanto, de desprezar nossos desejos. Se estou com boa saúde, posso comer doces. Se for diabético, tenho de ter a capacidade de abrir mão deles. Se quero namorar uma determinada moça, nada me impede de fazê-lo, desde que eu me preocupe em não magoá-la à toa. Não acho acertado considerar mais livres as pessoas que não ligam para si mesmas e para os outros. Elas são mais irresponsáveis e até autodestrutivas. Se um homem sabe que o álcool lhe faz mal e continua bebendo, ele não é mais livre. É mais fraco.

Nos séculos passados, o ser humano vivia por normas exageradamente rígidas e alguns psicólogos acabaram concluindo que a verdadeira liberdade consistia em jogar fora essa camisa-de-força, guiando-nos a partir de nossos desejos. A idéia é boa, mas – na prática – é inviável. A vida em grupo exige que se preste atenção também aos outros. O amor e a solidariedade que sentimos naturalmente dentro de nós pedem isso. Não posso magoar as pessoas que amo sem sofrer. Nesse caso, antes de satisfazer a vontade, tenho de refletir muito, avaliando e pensando nas conseqüências.

Acredito que ainda seja adequada a definição que expressei há cerca de dez anos. Liberdade não é realizar todas as vontades. Não é ser desta ou daquela maneira. Liberdade é a sensação íntima de prazer que deriva da coerência entre o que pensamos e forma como atuamos. Sou livre se sou capaz de agir de modo coerente com o que penso. Algumas vezes respeito a vontade; outras, as normas morais. Em cada situação eu tomo decisões, válidas apenas para aquele momento. Sei dizer "sim", sei dizer "não". Tudo depende da importância do desejo e da permanente preocupação de equilibrar os meus direitos e os direitos das demais pessoas. Aceitar certos limites para as nossas vontades é sinal de maturidade, não de resignação e conformismo. É sinal de força, não de fraqueza.

Flávio Gikovate

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Beijo na Boca





Não tenho a menor idéia de quem inventou ou de quando foi inventado.
Mas vamos combinar que o tal do beijo na boca é uma das melhores invenções da humanidade.

Se existe algum povo, alguma cultura, que não adota esse tipo de beijo, garanto que esse lugar deve ser muito chato....
Porque o beijo na boca é a manifestação mais intensa da paixão...
Arrisco até a dizer que às vezes é mais importante do que o sexo.

Toda relação começa com um beijo na boca. E quando ele desaparece no dia-a-dia dos casais, é porque algo vai mal.

Quem nunca se apaixonou por causa de um beijo daqueles?
Existem bocas que se encaixam perfeitamente. Bocas nascidas uma para a outra, que se comunicam com facilidade e se tornam cúmplices.

Beijo bom é aquele que faz a gente sair do chão, faz o coração bater acelerado e o corpo todo tremer.
Beijo bom é aquele que faz a gente pensar em mil coisas e, ao mesmo tempo, não pensar em nada.

Beijo bom é aquele que faz o tempo correr ou... parar de vez.

Beijar na boca faz bem à saúde, à alma, ao corpo e ao coração.

Beijar de olhos fechados faz a gente sonhar. Beijar de olhos abertos faz a gente acreditar.
Beijo quente...
Beijo molhado...
Beijo tranquilo...
Beijo apressado...
Beijo na boca pode ser de todo jeito, mas tem que vir carregado de paixão.

Beijar no escuro, beijar na rua, beijar escondido, beijar roubado...
Beijo na boca nos faz sentir vivos, saudáveis... e até imortais.

Eu não sei se existe o dia do beijo na boca. Se não existe, vamos fingir que é hoje.

Vai lá... surpreenda quem você ama.

Aí você vai dizer: "ah, mas eu tô sozinha...".

Mais uma razão pra comemorar: a gente só descobre o amor, beijando...


Lena Gino

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Momentos de escolhas...



A vida é simples, o ser humano é que gosta de complicar tudo. Inventam-se mil desculpas, procrastinam-se as decisões, vegeta-se! Por medo, insegurança, acomodação. Apego aos bens materiais, às finanças, à estabilidade. Posse, controle, ciúmes. E o que fazer com a intuição? Esqueça, é pura bobagem, diz o lado esquerdo do cérebro. Melhor ficar no que é real, no concreto. Não perca tempo com ninharias!

Massacram-se os sentimentos, embutem-se as emoções, anula-se o amor. E vai-se levando esta ausência de sensações mais fortes. Sede de paixões, do coração bater mais forte, de viver! A alma pergunta: até quando? Procura-se outra pessoa, estando casado? Separa-se e aí... vai à caça? Empurra com a barriga este casamento falido por causa dos filhos? Como saber o caminho correto? O que fazer? Como sair deste turbilhão astral?

As mudanças começam no caos para chegar ao equilíbrio. As incertezas, o medo do amanhã, a perda de qualidade de vida assustam os casais. E quando têm filhos envolvidos? Mais objeções para não se separarem... Mal sabem que o ambiente fica tão carregado que deixa as crianças doentes! Tudo é em função deles, satisfazer os seus mínimos desejos. Tornam-se a razão de vida dos pais. Poderá se gerar futuros adultos sem limites, eternamente insatisfeitos, sem iniciativas para nada. E depois, os filhos são emprestados. Criam-se para o mundo. Decidir o destino deles? Eles têm a própria personalidade, sabem o que querem e vão embora... E aí, o que sobra deste casal? Quanto tempo se perdeu...

As pessoas se acostumam a tudo, até a sofrer! Tudo é motivo de discussões desgastantes. Preferem ficar na solidão a dois, nas verdades não ditas, acumulando ressentimentos por motivos ínfimos. Estresse puro. Acham que é normal, não conhecem um relacionamento baseado no amor. Fica um clima pesado, tenso. Resulta em doenças da alma... Dependendo do caso, existem soluções, terapias e novas formas de serem felizes na mesma história. Outras maneiras de encarar o mesmo relacionamento. Necessita-se de diálogo, tolerância e autoconhecimento. Perdoar e perdoar-se muito, praticar o amor incondicional, descobrir que o mundo é bem maior...

Agora, se já não existe a questão da pele... são apenas dois amigos dividindo o mesmo espaço. Não adianta. Apagou o fogo, não acende mais. Tem gente que está casado há muitos anos, dorme na mesma cama e não rola nada! E quem casa sem estar apaixonada(o)? Cadê a química? Diagnóstico: não existe amor! Nesta história, todos saem machucados, ainda mais se insistem neste compromisso, por pura teimosia, culpas ou estagnação. Atração ou se sente ou não... Não dá para se programar: Dia 10 de outubro, vou começar a sentir atração por fulano... Quem sabe, um dia, talvez... Não permita que a sua vida passe em brancas nuvens!

Vale dar um tempo sozinha. A pessoa está tão acostumada a viver no inferno das brigas que estranha o silêncio, a paz e a harmonia. Os defeitos dos outros que nos incomodam são os mesmos que temos e não resolvemos. Você é 100% responsável por tudo que lhe acontece, não adianta tentar culpar ninguém!
Às vezes, o distanciamento pode trazer uma visão mais objetiva do relacionamento. Percebe que não é tão ruim assim... Consegue até pensar! Sai daquele turbilhão astral. Está mais feliz!

Volta ao mesmo relacionamento com mais intensidade, compreensão e amor.
O sentimento fica mais forte. Renovação do espírito. Pode pintar outra pessoa também... Aí, significa que o ex já faz parte do passado. Novas formas de se relacionar. Tem que dar certo? São tentativas que podem dar samba. Duas pessoas livres que escolheram traçar o mesmo caminho... Não existem garantias e nem certezas. Fica-se enquanto o relacionamento for bom e construtivo, se houver dor e tristeza... Virar a página e construir outra história. Também, acontece de preferir ficar sozinha. Tudo são oportunidades, opções, escolhas que o Universo nos oferece.

Seria tão sensato decidir através de uma visão lógica, mas a vida prega surpresas em cada esquina... O amor acontece quando menos se espera.
Sincronicidade: a pessoa certa, no momento exato, no mesmo lugar. Outros preferem chamar de destino. A energia pode ser sentida, mas não é tangível. É preferível viver 10 anos em um dia a um dia em 10 anos. Uma carícia, um cheiro, um olhar mais intenso... O coração tem razões que a própria razão desconhece... Como disse o rapaz do filme Cold Mountain (Montanha Gelada): Quando você acorda e o coração está dolorido de tanto pensar na pessoa... Como se chama este sentimento?

Não existem fórmulas mágicas. Não é uma receita de bolo. Cada história é única, especial, maravilhosa... Precisa-se de mais coragem, acreditar em seus sonhos, sentir a plenitude da vida. As mudanças são sempre positivas. Elas nos fazem crescer, aproveitar melhor os momentos, perceber os insights. Aguça a intuição, incentiva a criatividade, independente da decisão tomada. Escolha viver! Chute o balde!

Para que a energia positiva flua, é necessário dar o primeiro passo significativo: procure se autoconhecer! Assim, você fica sabendo o que realmente quer, quais são as suas potencialidades, crescer como ser humano. Trazer mais alegria para a sua vida e a dos outros. Transforme-se numa nova pessoa, promova uma virada de 180º graus, permita que o amor penetre em seu coração! Faça com que a sua vida valha a pena! Viva com intensidade todos os momentos, pois eles são únicos... Pequenos diamantes valiosos... Você merece tudo de bom!

Mon Liu