segunda-feira, 28 de março de 2011

Transformação pelo fogo

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo do que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.

Texto de Rubem Alves

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tempo de começar

Todo dia é um novo desafio a vencer. Desafios que, aos olhos de muitos, podem parecer tão simples e, para outros, tão complexos e insuperáveis.
Cada desafio nos ajuda a valorizar a nossa condição de humanos...
Aceitar que temos direito a errar, aprender e superar - sem deixar que a luta diária se torne uma prisão.
Dinheiro não é tudo na vida e nem tudo tem preço.
É preciso resgatar a família e, de verdade, dedicar o tempo de que precisam nossos filhos, irmãos, esposas, maridos, mães, pais, avós...
Resgatar a verdadeira amizade, essa que não morre nunca, porque não tem compromisso nem laços e surge livre e espontânea, sem pedir nem exigir nada.
Resgatar a confiança das pessoas.
Acreditar na palavra...
Cultivar e propagar a honestidade.
Exigir o que é justo, fazer valer os seus direitos e respeitar os direitos dos outros.
Nunca foi tão necessário voltar a acreditar...
E não é só falar:
É preciso assumir o compromisso pessoal de espalhar na sociedade um vírus e ver se, duma vez por todas, conseguimos uma mudança real para o Brasil que deixaremos aos nossos filhos e netos. Sabemos que o tempo é curto. Então é tempo de começar.

Autor Desconhecido

segunda-feira, 14 de março de 2011

Amor não é algo que se sente. É algo que se faz!

Não é novidade nenhuma afirmar que um dos problemas mais graves e recorrentes em qualquer relacionamento é o da comunicação. A começar pelo significado da dinâmica (sim, porque comunicar-se é como um tango, delicado e profundo ao mesmo tempo!). Muitos casais sequer sabem do que é feita a autêntica e eficiente comunicação.

Comunicar-se com a pessoa amada não inclui somente falar, seja sobre o que pensa, sente ou quer, como a maioria acredita. Inclui especialmente e acima de tudo, ouvir. Mas não ouvir somente com os ouvidos, somente as palavras que estão sendo ditas, somente o que é conveniente.

Para que uma conversa realmente termine bem, ou seja, sirva para resolver pendências, amenizar crises e solidificar o amor, seus interlocutores devem ouvir com todo seu ser, incluindo sensibilidade, intuição e a firme decisão de - por mais difícil que seja - compreender o que o outro está pensando, sentindo e querendo!

Mas por que isso parece mesmo tão difícil? Simplesmente porque aprendemos que conversas entre casais que discutem alguma divergência têm de virar briga, onde cada um deve tentar falar mais alto que o outro e provar, a qualquer custo, que está com a razão! Aprendemos, infelizmente, que conversas são como jogos, e servem para mostrar quem é o vencedor e quem é o perdedor! Mas, definitivamente, isso nunca funcionou e nunca vai funcionar!

Simplesmente porque num relacionamento, seja ele de que nível for, não existe um certo e um errado e, sim, dois pontos de vista, dois pedidos, dois sentimentos, duas interpretações, dois universos que, em última instância - e isso posso afirmar com toda certeza do mundo - só querem ser aceitos, amados e felizes!

Mas enquanto um e outro falarem como se disparassem flechas em direção ao alvo, enquanto tentarem impor seus desejos e repetirem frases-feitas do tipo "com você, não dá para conversar", "você nunca me ouve", "você é um egoísta-cabeça-dura", não vão chegar a um consenso, muito menos à paz que tanto desejam (mas não sabem como alcançá-la).

Parece mesmo paradoxal essa vontade de viver um grande amor, cheio de alegrias e aquela harmonia de quando estavam completamente apaixonados e, ao mesmo tempo, essa estranha e angustiante fome de discussão, desentendimento e embate pelos motivos mais bobos, pelas razões mais infantis, por questões que, no fundo, na maioria das vezes, não têm nem metade da importância que se dá a elas durante uma briga.

A impressão que fica é que, em algum momento da história, solidificou-se a idéia - completamente equivocada e ineficaz - de que amor é isso: uma queda de braços, um interminável vai-e-vem de destilar a própria raiva à custa do outro para, em seguida, arrepender-se e fazer as pazes. Mas acontece que isso só serve para desgastar a relação, acumular mágoas e amontoar frustrações.

O que sobra? Cada qual no seu limite, a sensação de que não vale mais a pena. Pronto: este é o começo do fim! Um fim medíocre, sem uma razão que realmente o valha, mas - ao mesmo tempo - com todas as razões que foram - irresponsavelmente e pelos dois - cavadas, acumuladas e amontoadas dia após dia!

Talvez você diga: "eu bem que tento conversar, mas o outro não tem condições"! Ok, mas você tenta quanto? Até o outro dar a primeira resposta torta e grosseira e você pensar: "ah, mas não vou mesmo ficar aqui ouvindo isso", e daí aumenta o tom de voz o máximo que pode para deixar bem claro que você tentou, mas que com ele é impossível? Ou, talvez, simplesmente desiste da conversa e sai, alegando sua superioridade?

Assim, pode estar certo de que não vai funcionar! Se você realmente deseja se entender com quem ama, tente mais! Tente até o fim. Não aumente o tom de voz, fale com calma e repita, quantas vezes forem necessárias, que você deseja compreendê-lo. Para tanto, faça perguntas, peça para que ele explique como está se sentindo, por que reagiu de tal forma, enfim, esmiúce detalhe, interesse-se de verdade pela dor do outro e tenha a certeza de que isso, sim, é amor!

Mais do que declarar o que você sente, mostre! Afinal, pode apostar: Amor não é algo que se sente. É algo que se faz!

Rosana Braga

terça-feira, 1 de março de 2011

Pequenos milagres

A gente nem percebe, mas pequenos milagres acontecem a toda hora.
O estímulo de uma palavra amiga, a cumplicidade de um sorriso, a sutileza de um gesto...
Essas são pequenas coisas que podem mudar o nosso dia.
E sem sentir, a gente também acaba fazendo milagres por aí também.
Sabe aquele conselho, aquele toque no amigo que precisa de ajuda?
Pois é, parece bobagem, mas a gente pode transformar o humor de alguém com um simples carinho.
E quantas vezes nós mesmos não experimentamos pequenos milagres?
O elogio inesperado de um colega no trabalho.
O telefonema do filho que está longe.
O resultado feliz de um exame de saúde.
O doce bom na sobremesa.
A folga pra ir à praia.
O caminho sem engarrafamento.
Pequenos milagres são porções de alegria que a gente vai ganhando ou doando todos os dias.
São pedacinhos de cor que enfeitam a alma.
São trechos de música que acalmam o coração.
Por menores que sejam os resultados, por mais anônimos que sejam os sucessos...
Os pequenos milagres precisam existir pra que a gente não esqueça nunca do milagre maior de estarmos vivos.

Lena Gino